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terça-feira, 26 de julho de 2011

Macaco cuidando do bananal

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Há coisas que são incompatíveis entre si, e um exemplo sempre citado é o da água e o óleo, que não se misturam, embora haja casos em que as coisas até se misturam, o problema é que não deveriam. Um exemplo? Quem se atreve a escrever para que outras pessoas leiam, não tem o direito de não ter competência para tanto, mas se assim for, o mínimo que se exige é que esteja sempre inspirado e persevere na busca de um texto ao menos decente; agora, quando nada disso acontece, como é o meu caso hoje, sem inspiração e sem perseverança – competência nunca tive mesmo -, aí resta ao leitor apenas lastimar o tempo perdido.
Continuando com as incompatibilidades, quem é que já não ouviu falar que mulher não pode ser feia e burra ao mesmo tempo? Nesse caso, não que sejam “qualidades” incompatíveis, mas que é muito azar de uma vez só, isso é. Já do outro lado da escala, dizem que o homem até pode ser um pouco preguiçoso, desde que não seja burro; agora, se for burro mesmo, aí tem que, no mínimo, ser trabalhador ou gostoso, pelo menos foi o que eu ouvi tempos atrás, meio sem querer, de uma roda de mulheres sentada num barzinho lá na orla.
Incompatível também, me parece, é o sujeito que não faz nada de útil da vida – e nem nunca fez - querer ser tratado com o respeito que merece um trabalhador, do mesmo modo que é conflitante um puxa-saco exigir que o tratem com dignidade.
Por fim, mas não menos importante, tomar escondido o vinho do padre e querer ir para o céu também não dá, até porque, ainda que o padre não perceba, tem sempre Alguém de olho. E não adianta fazer cara de paisagem.

PS – Semana passada tentei ludibriar o leitor e não avisei que a crônica era antiga. Como o castigo vem a cavalo, no corpo do texto havia um parágrafo em que eu dizia que nossa cidade não tem cinema, porque na época em que escrevi, não tinha mesmo. Peço desculpa aos leitores e ao pessoal do cinema que, por sinal, tem uma ótima programação e não fica a dever nada a nenhum outro.

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