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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

MTST ocupa área da Colagoa

Nelson Roberto
Cerca de 400 famílias do MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra de Epitácio e Caiuá ocuparam, nesta quarta-feira, dia 1°, uma área de nove alqueires da Cooperativa Colagoa. Segundo o líder do MSTS, Milton David da Silva, em 1980 foi destinado uma área para reassentamento de ribeirinhos e filhos de ribeirinhos, principalmente pescadores profissionais. Os integrantes do Movimento ocuparam um lote pertencente à Cesp (Companhia Energética de São Paulo) em Presidente Epitácio. O grupo, formado por reassentados da Companhia no projeto Lagoa São Paulo, pescadores e ribeirinhos reivindicam a propriedade, que detém um barracão abandonado (semi-destruído por um incêndio e que era utilizado pela Prefeitura, para abrigar pneus velhos), para abrigar uma ‘vila de pescadores’. A invasão começou às 9h30. Os ocupantes chegaram de carro, moto, onibus e até mesmo de bicicletas. Bandeiras do MTST foram hasteadas na propriedade, que fica na estrada vicinal prefeito Élio Gomes, próximo ao trevo de acesso que liga Epitácio a Presidente Venceslau. Pelo menos 80 pessoas participaram da ação. A previsão é de que até o final de semana, cerca de 400 famílias ocupem a área de 25ha estimados. "Resolvemos ocupar, após uma reunião sábado passado, pois o projeto Lagoa São Paulo não indenizou todos os reassentados de maneira igual. Muitos foram beneficiados enquanto outros ainda continuam sofrendo e sem condições de sobrevivência e sem suporte da Cesp. Vemos que investiram muito em Porto XV, deixou meia-dúzia ricos e muitos reassentados e seus filhos não receberam nada", disse Milton Davi da Silva, líder do MTST. Ele afirma que a área ocupada servirá para a construção de uma ‘vila de pescadores’, fomentando o seguimento. "Cerca de 400 famílias vivem em abandono pelo Estado em Caiuá, Presidente Epitácio, Euclides da Cunha, Panorama e Primavera. Hoje temos filhos e netos deste pessoal atingidos pelo projeto, sem qualquer suporte da Cesp. Queremos uma vila de pescadores, com infraestrutura completa, como posto de saúde, rampa para descer barcos, câmara fria e local para filetagem de pescado, além de outros investimentos, como curso de piloteiros para os pescadores", disse. Outra intenção dos ocupantes é convencer a Cesp em repassar a área à CooLagoa, a cooperativa mista que se encontra inativa, aguardando documentação. "Ouvimos dizer que a Cesp quer passar a área ao município, mas queremos que a CooLagoa cuide daqui. O próprio barracão incendiado foi construído para abrigar uma descaroçadeira de algodão, mas nunca foi usado para este fim", disse Milton Davi. "Espero um terreno para viver. Meu pai tinha uma barraca na área da cheia e não recebeu muita coisa. Quero meus direitos, pois trabalhei muito no campo, por muito tempo, e está tudo perdido. Tem gente que se deu bem e nós até hoje nada", disse a ribeirinha Maria Borges, 57. "Queremos um lugar para trabalhar e morar. Para descer nosso barco, pois muitas propriedades particulares que criam gado não deixam descermos", disseram os pescadores Francisco Furtado, 47, e sua esposa Francisca Bezerra Souza, 44.
Na noite de quarta-feira, dia 1º, funcionários da Cesp visitaram o acampamento e disseram que a área não pertence a estatal.
Milton David disse ainda que após 25 dias da ocupação vai dar inicio ao corte de lotes de 300 metros quadrados para abrigar os pescadores e ribeirinhos do movimento.

Um comentário:

  1. Parabens ao Milton aos acampados do MTST, aquela área nunca foi usada pela colagoa, .
    Aliás precisa-se averiguar essa Colagoa e se existe mesmo carater cooperativista.

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