Nelson Roberto
A VISA – Vigilância Sanitária Municipal de Presidente Epitácio está constatando em toda a cidade a infestação de caramujos africanos. Segundo o coordenador da Visa Sussumu Hondo a orientação é para juntar todos os caramujos com uma luva ou sacos de plásticos e enterrá-los a uma profundidade de 1 metro e meio. “Não é apropriado o uso de sal, nem veneno para controlar o caramujo, é importante que se faça uma armadilha onde se coloque restos de frutas e legumes e uma pano (estopa) envolvido em cerveja para atraí-los, coloque em latas e despeje no buraco de um metro e meio, de preferência com cal”, disse Hondo. “Evite colocar a mão no molusco. Ele provoca doenças”.
O caramujo (Achatina fulica) chegou ao Brasil em 1988 e foi comercializado em uma feira agropecuária em Curitiba. Era promessa de lucro fácil, já que a espécie substituiria o escargot francês. No entanto, com o tempo, verificou-se que o mercado não se interessou pelo produto e os criadores soltaram os moluscos na natureza. Ele se adaptou bem ao clima brasileiro e, por não ter nenhum predador, vem se reproduzindo sem problemas. Hoje está presente em vários estados.
O molusco virou um problema mundial e está entre as 100 piores espécies invasoras. Eles vivem principalmente nos terreno baldios. O mato é um ambiente adequado para a sua proteção e alimentação.
O caramujo traz uma série de problemas. Eles se alimentam de uma variedade de plantas, muitas cultiváveis, como a banana, árvores frutíferas, café, feijão, chá e grãos armazenados.
Também representa uma ameaça à saúde. Segundo Maísa Droppa o animal é hospedeiro de um verme que causa graves infecções, podendo resultar em morte por perfuração intestinal. Até hoje, não foi registrado nenhum caso no Brasil.
O caramujo africano causa a angiostrongilíase meningoencefálica humana e a angiostrongilíase abdominal. Os sintomas são constantes dores de cabeça muito fortes, rigidez na nuca e paralisia temporária do sistema nervoso central. Na ocorrência abdominal há febre, vômitos, dores abdominais, além de possível perfuração intestinal e hemorragia. As duas doenças podem ser fatais.
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